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Crónica — Jornada 6 do Inatel

 

Roussada 1–2 Técnico

Bem sei que podemos estar a ser precipitados, mas começamos por assumir já o seguinte: Roussada passa a ser a deslocação da época!

José Simões “Fogareiro” fez as honras da casa, deixando no entanto a decisão de uma eventual transmissão televisiva no telhado para o seu Presidente Dinis.

Aceite o desafio, e com o aval do Dinis, assumimos a posição no primeiro anel. Entretanto chegava também ao recinto o Director de Comunicação, Paulo Fragoso, a quem encaminhamos o link para que todos os adeptos do Roussada, impossibilitados de marcarem presença live, pudessem visionar os seus ídolos no conforto do seu lar.

Lá em baixo, João Simões, junto ao corrimão que delimitava o campo, encetava o mingle que se impõe nestas ocasiões. A descrição do ambiente era a seguinte:

“Já estou com as vias respiratórias afectadas com o fumo do fogareiro. Chegou a aficcion do Roussada, os 4 com forte propensão vocal. Ouve-se Marante. As equipas aquecem, anda por aí um caozito vadio, e as minérs estalam de frescas no bar do balcão.”

A hora do jogo aproximava-se, e às 14:50, já se perfilavam os primeiros atletas na rampa de ligação entre balneários e o campo pelado. Pelado esse que parecia mais um misto de barro com um areal outonal húmido.

Finalizados os procedimentos habituais do trio de arbitragem, a bola, cor de laranja, começava a rolar.

O Técnico entrou forte, a dividir bem todos os lances, mas foram os da casa a criar perigo aos 4’ com Hans bem posicionado a interceptar um cruzamento rasteiro vindo da esquerda. Logo depois seria Nuno com outro corte fulcral em lance desenvolvido pela direita entre Frank e Lopes.

Apesar do ligeiro domínio do Roussada, nada fazia prever o golo dos mesmos. Mas ele apareceu!

Bola metida nas costas na nossa defensiva, e Nuno aparentemente com o lance controlado decide primeiramente adoptar uma proteção ao esférico para que este chegue às imediações da área para o Campa recolher. O problema foi que Campa decidiu sair resultando no inevitável. Falha de comunicação, e o clássico “vais tu? Vou eu? Não vai ninguém…”

A bola sobra para o número 9 contrário que faz o mais fácil e coloca o Roussada na liderança do marcador.

A reação dos atletas do Técnico Futebol Clube foi a esperada. Compromisso máximo na recuperação da bola, e a inteligência necessária para saber quando se podia ou não adoptar a posse e fabricar o nosso jogo.

Até ao intervalo foi um domínio claro dos “azuis”, com várias situações para restabelecer a igualdade. Os cantos e os livres laterais surgiam em catadupa, e até mesmo na sequência de lançamentos laterais. Num destes lances, Telmo e Rosa combinaram na perfeição para Rosa finalizar de trivela forçando uma boa defesa do guarda-redes da Roussada.

14’ ⚽ 1–0

38’ Rafa (Madeira ???? )

HT 1–0;

41’ ???? Honrado (Nuno);

53’ ⚽ 1–1 Hans (Telmo)

54’ ???? Miguel Pinto (Rosa)

67’ ⚽ 1–2 Botas

76’ ???? Tomás (Coelho)

80+1’ ???? Alex (Afonso)

FT 1–2

Antes do intervalo o resultado mais justo já seria um empate, mas após o descanso o TFC entrou um pouco mais amorfo. Felizmente, foi algo passageiro e a partir dos 50’ assistiu-se a uma pressão constante por parte do Técnico. O golo estava cada vez mais próximo e haveria sempre uma bola “a pingar para nós”. À primeira Hans facturou mas o assistente assinalou falta. E bem, pois o nosso Otamendi da Ria utilizou os braços e finalizou de machete no canto.

Mas no minuto seguinte, novo livre lateral, e Telmo a colocar no “segundo pau” onde aparece Hans a cabecear de trivela no canto contrário!

Era agora ou nunca e o Técnico não descansou até marcar o golo da vitória. Minutos volvidos, mais uma vez após um canto a nosso favor, Botas “mata” uma tentativa de contra ataque, e promove um alívio da linha central do campo. A bola perde-se no céu cinzento, descendo com um peso incrível na direção da marca de penálti. O Keeper tenta recolher mas falha o momento de encaixe. A bola sobra caprichosamente para o chão, encaminhado-se ironicamente para a linha de golo. “Deu ouro!”.

Era o delírio!

Festejos efusivos do Away End do Técnico ecoavam pela serra. “Éramos quase tantos como nós”, confidenciava um dos ultras do Roussada no final do desafio. O Presidente João Santos e sua esposa com os dois filhos, o Pai do Gil, o Diogo Areia com as duas filhas, o Vasco Fradinho com o seu mais recente rebento, o emigrado “na França” Miguel Martins, o “adepto do jogo” João Simões, e Tiago Marques, o Director de Marketing e Comunicação. Além destes assinalar também o primeiro jogo da época em que estiveram presentes os 4 elementos da comissão técnica: Gil, Villas, Guilherme e Pirata!

De volta ao jogo, ainda seria novamente Botas a ter uma ação determinante no desfecho final da partida. Uma bola lançada longa no avançado que tinha entrado fresco minutos antes, e Honrado a hesitar perante a abordagem ao lance, antecipação ou falta útil? Nada, e o avançado contrário fica isolado e orientado para a nossa baliza. Botas, um pouco ao estilo do que assistimos durante todo o jogo, não desistiu e fez o que se pedia, uma falta profissional. Derrube na meia lua da área, que evidentemente seria merecedora da expulsão. O árbitro achou que não, e errou, mas foi nosso amigo neste lance em particular. Frank bateu para fora…

No final, era mais uma vez, João Simões a resumir bem o significado desta vitória:

“Esta foi a afirmação de uma colectividade que representa mais do que simplesmente uma equipa de futebol e, mais importante que tudo, conseguimos ganhar o respeito, a admiração e a amizade de uma outra colectividade que habita naquele local inóspito.”

Dia 12 de Março de 2022 marcará o reencontro com o Roussada! Desta vez em “nossa casa” no 1 de Maio em Alvalade, onde teremos a oportunidade de retribuir o carinho que nos dispensaram no último domingo.

Despeço-me com um abraço especial aos meus dois parceiros de cabine, Eduardo Rino e Vasco Marques. Foi um prazer relatar tais emoções convosco. Voltarei em breve.

#sempretecnico