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Foi perto, mas também é capaz de não estar muito longe…

Então vamos lá a isto! Que mês, que montanha-Russa de emoções, que sabor agridoce – começou com um apuramento para a final4, passou por um apuramento para o nacional, mas acabou com a desilusão de uma medalha de prata.

Num mês marcado pelos afastamentos na igreja (ou falta deles), o instituto não teve o mesmo destino – Ramalho, Pablo, Tomás, Pedro e Franco afastados da equipa devido a largos períodos de lesão. Num mês em que a oposição protestou o corte do IVA a 0, o aspirante a talhante Pedro decidiu aplicar um corte não tão profundo. Se os americanos se queixam do fim do banco SVB, a equipa só se queixa do fim da época de China e Martim – enquanto um partiu um dedo do pé na final, o outro rebentou com o joelho nas meias. Por fim, num mês em que o Barcelona foi acusado de corrupção, deixar uma menção honrosa ao Palhinha que nos abandonou para ver o julgamento mais de perto. Mas sigamos para o futebol porque, ao contrário do governo, por mais tempo que eles fiquem parados, nunca os consideraremos um bem devoluto.

O mês começa com a última jornada da fase regular. Jogo contra o ISEG em que a matemática era simples – uma vitória dava o apuramento para a final4, qualquer outro resultado ditava o fim precoce da época. Se a igreja vacila em momentos decisivos, o Instituto não. Se o José Ornelas tende a desconfiar dos relatórios da comissão independente, um engenheiro nunca pode desconfiar da matemática. Se os portugueses se debatem com mais uma indeminização milionária para a TAP, o Instituto debate-se com mais um golo sofrido de bola parada. E se a CEO da TAP se defende com o lucro gerado este ano, o Técnico defende-se com a concretização de golos em bola corrida. Jogo de sentido único, o Instituto toma conta da batuta desde o minuto 1, mas vê-se a perder depois de um lance furtuito dentro da sua área. A jogar contra uma equipa já apurada, que se encontrava em vantagem no marcador e que se limitou a pisar o seu próprio meio-campo, o instituto teve de dar as mãos e mostrar que queria mais que qualquer outra equipa. Um grande esforço de toda a equipa resulta numa reviravolta épica com golos de Vilela e Mendes, e com uma obra de arte de Tó. A vitória por 3-1 garante o apuramento para as meias-finais do campeonato de Lisboa e mantém a equipa viva na presente temporada.

Segue-se a meia-final do campeonato de Lisboa. Provavelmente o jogo mais importante da época até agora – mais do que o apuramento para a final de Lisboa, jogava-se o apuramento para o nacional de futebol universitário. Como a facilidade é dada aos fracos, o Instituto decide subir um degrau no nível de dificuldade do jogo: alia a pressão do jogo e as várias lesões, a uma expulsão e um penalty falhado nos primeiros 10min de jogo. Tudo isto parecia cozinhar a desculpa perfeita para uma derrota, mas ao contrário da marinha, esta equipa embarca em qualquer desafio. Os 10 dentro de campo, com os 7 no banco, com as dezenas nas bancadas, uniram-se, deram as mãos e fizeram o que parecia impossível de fazer – uma vitória sólida por 2-0. Se o governo responde a alturas de crise com o IVA a 0, o técnico concorda deixando a baliza a 0. Reis não quis ficar atrás de Pote e Nuno Santos e dispara para o Puskas, enquanto que Mendes encosta para o golo da tranquilidade. Num mês marcado pela polémica Pichardo/Évora, Ventura decide tirar-lhes tempo de antena ao fazer um tributo aos Xutos e Pontapés – é expulso na última jogada do encontro por uma suposta agressão ao Guarda-Redes adversário. E se o país aguarda desesperadamente pela intervenção da ASAE nas trafulhices dos supermercados, a equipa aguarda desesperadamente pela intervenção da ADESL nas trafulhices dos árbitros. Por falar nisso, menção honrosa à ADESL que se queixa das margens de lucros da Jerónimo Martins por suposta inflação, mas aumenta as suas margens de lucros por supostos maus comportamentos dos adeptos.  

Por fim, e não menos importante, segue-se a final do campeonato universitário de Lisboa. Num mês de bate-bocas entre os 2 mais influentes do país – Marcelo e António Costa -, a final concentra-se numa troca de bolas entre os 2 mais influentes do universitário – IST e SBE. Podia aqui fazer o resumo de uma injusta derrota por 2-1 com o golo da reviravolta a ser a marcado ao 87º minuto, mas prefiro ver as coisas do lado positivo e falar de tudo o que de bonito foi feito aos longo de 90min. Todo o esforço levado a cargo por estes jogadores mostra bem que uma vitória no campeonato Nacional estará bem mais perto do que todos possamos sonhar. Qualidades futebolísticas à parte, os grandes vencedores revelam-se quando mais são precisos. Ter um China a jogar 60min com um dedo do pé partido, um Martins a jogar 90min com o pé a estalar e ainda fazer posições que não são as suas, ver o Amado a jogar 60min fora da posição e dar tudo o que tinha para dar, ver o Ramalho e o Pablo lutarem depois de semanas sem treinar, ver o Silva a chorar por perder a, possivelmente, sua última final com esta equipa, etc., etc. Isso sim faz sonhar que tudo é possível com esta equipa.

A foto acima é bem mais importante que a medalha de prata ganha ou que a possível taça que poderia ter sido levantada. O futebol mais do que equipas forma famílias. Não famílias que partilham o Natal, mas famílias que partilham tudo o resto. E a comunidade Técnico Futebol Clube representa isso melhor que nenhuma outra família. Este mês contou com 3 jogos, todos eles decisivos e a família mostrou estar presente quando mais se precisa – 3 jogos com dezenas de pessoas a assistir, todos juntos por um símbolo. Começando pela família TFC que desmarcou treinos só para apoiar os seus mais novos, a todos os que mandaram mensagens de apoio à equipa, a todos os que deixaram os filhos e as mulheres em casa, a todos os familiares, amigos e namoradas que decidiram deixar o sofá para ir apoiar esta equipa, foi bonito de se ver. Porque na realidade esta equipa, tal como o TFC, mais do que 11 a jogar, ou 18 na convocatória, ou 25 no plantel, é a junção de todos os pequenos contributos de cada um – desde os que suam a camisola dentro de campo, aos que ajudam com logísticas e redes sociais, aos que escrevem crónicas, aos que não são convocados e estão na bancada, aos que nem pertencem à equipa, mas vão apoiar, aos que já pertenceram à equipa e deixaram a sua marca, é tudo isso. E continuando assim, pode vir a Nova, podem vir expulsões, penalties falhados, árbitros tendenciosos ou quem quer que seja, que esta malta abana, mas nunca cai.

E é muito isso que nos faz acreditar! Os mais velhos e os mais novos sabem que o Técnico tem muitos campeonatos de Lisboa, mas continua a faltar o tão desejado campeonato nacional. Se há 2 anos ficámos a uma unha negra de o ganhar, acho que todos acreditamos que pode ser este ano. Para além da qualidade futebolística individual e coletiva da equipa, este ano e principalmente este último mês mostrou que o espírito desta equipa está bom e recomenda-se. Sente-se que o balneário está unido, comprometido com o objetivo e que todos farão o que for preciso para trazer o caneco. Falta menos de 1 mês – 1 mês para limar o que falta ser limado, para lutar pelos 20 lugares disponíveis na convocatória, e preparar da melhor maneira a semana mais desejada do ano. Vemo-nos em Viana do Castelo, e apontem na agenda – a época só acaba dia 28 de abril. Não só de mim, mas em nome de todos os universitários, um obrigado a todos os presentes ao longo destes 3 jogos.

Um abraço à família Les Bleus,

Pedro Ventura