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Tu jogas tanto à bola!

Ano novo, a mesma vida! Por incrível que pareça as passas da passagem de ano continuam sem fazer efeito e pouco mudou desde que se ouviram as 12 badaladas: continua o amor ao desporto rei, as banhetas pós-treino e o chamado “Bullying Construtivo” do Silva no balneário.

Depois de uma curta paragem para as festividades, volta o que todos mais ansiávamos: os treinos no CDUL. Num mês de janeiro já habitualmente caracterizado pela falta de jogos, os treinos foram direcionados para queimar filhoses, rabanadas e sonhos do Natal. Se na política todos se queixam dos constantes despedimentos no governo, no universitário todos se queixam das constantes semanas sem jogos. Pior do que faltarem membros a um governo, só mesmo faltarem jogos a uma equipa. E pior do que o congelamento das carreiras dos professores, só mesmo o congelamento dos jogos do universitário. A diferença é que enquanto os professores fazem greve às aulas, ninguém nesta equipa faz greve a um treino. Menos o Henrique, o Henrique também gosta de reivindicar que num estado de direito, todos têm o direito à greve…

Mês repleto de treinos, serviu para continuar com uma tradição já antiga – o whiskey do Sr. António. Tal como a câmara de Lisboa não olha a custos para o palco do papa, a equipa também não olha a custos para manter o Sr. António feliz. Se há alguém que ajuda mais esta equipa do que o João Pinheiro ajuda o Porto, é o Sr. António. Ele merece o reconhecimento… O Sr. António, não o João Pinheiro! Enquanto um deles deixa sempre o Porto a jogar com mais, o outro deixa-nos sempre ficar um bocado mais.

Mudando de assunto, falemos de captações! Se a iniciativa liberal aproveitou janeiro para procurar um novo secretário-geral, o técnico aproveitou-o para procurar por novos reforços. Enquanto as televisões só falavam do questionário para novos membros do governo, o Instagram só quis saber do questionário para entrar na equipa. E se do questionário do governo surgem diariamente novos membros, do nosso só surgiram 3 caras novas: Pedro Montoia, Pablito Hernandez e Manuel Elias. Se nas televisões só se falava do palco do papa, na equipa só se falava da qualidade destes 3. E se o papa precisa de um palco de 4.2 milhões para brilhar, estes 3 brilham em qualquer sintético.Mas falemos individualmente de cada um…

Para a frente de ataque chega uma jovem promessa do futebol português – Pedro Montoia. Ah espera, o único Montoia promissor é o irmão… Mas continuemos! Depois de fazer a formação em clubes modestos do futebol Lisboeta (SL Benfica, CF “Os Belenenses” e FC Alverca), Pedro Montoia dá finalmente o salto para um grande do futebol português – o Instituto. Apesar de chegar sem ritmo depois de 4 anos afastado dos relvados, os únicos que pareciam não ter pedalada para os treinos dele foram os que já cá estavam. Rapidamente se destaca pelo seu pé esquerdo e assina um contrato vitalício com esta equipa. Porque quem entra na família técnico, nunca mais sai!

Ainda para a frente, e para não dizerem que a TAP só dá barraca, aterra em Lisboa o mais recente reforço da equipa. Se dizem que a vida de Erasmus é destruição pura, Pablo Hernandez esforça-se para aliar a destruição da pista de dança, à destruição da defesa adversária. E se a malta reclama das polémicas na gestão da TAP, a única polémica que este pé esquerdo traz é se tem de jogar os 90’ ou se 5’ são suficientes para desequilibrar.

Por último, depois de dois reforços para fazer baloiçar as redes adversárias, um reforço para o evitar. Depois da passagem curta do Jése pelo Sporting, Urbano equipara-o em alguns números – não durou muito tempo na equipa, a sua passagem fica marcada por lesões e acaba por se destacar mais na vida noturna do que na vida desportiva. A diferença é que se a música do Jése não deixa saudades a ninguém, o cabelo do Urbano deixa saudades a todos. Para substituir o recém empregado Urbano Ramos, chega diretamente do Águias da Musgueira o novo guarda-redes da equipa – Manuel Elias. Tal como o Enzo, foi uma transferência já tardia no mercado de janeiro pelo que ainda não há muito a adiantar. Agora é esperar que falte aos treinos tantas vezes quantas o Enzo beijou o símbolo do SLB – aí 1 ou 2. E se todos dizem que o Enzo tinha o SLB na mão, é esperar que o Manuel também não deixe escapar nada entre as mãos.

E para terminar, não poderia acabar esta crónica sem deixar uma palavra especial a um dos maiores. A um símbolo do futebol. A um homem que marcou não uma geração, mas um desporto inteiro – o futebol nunca mais será o mesmo depois da sua passagem. A um homem que mostrou ao mundo o que é paixão do futebol. A um homem que encantou a todos, que brilhou ao mais alto nível na competição que todos nós amamos, que todos nós sonhamos um dia poder jogar. Aquela competição que todos sabem qual é – não é aquela que se joga ao fim de semana, mas sim a meio da semana. Um homem que sempre nos deu tudo, um homem que nos deu muitas alegrias… A era deste homem acabou aqui pertinho de nós como todos amávamos… Agora está um bocadinho mais longe, mas temos a sorte de poder continuar a desfrutar do seu futebol. E se acham que eu me refiro ao facto do Ronaldo ter ido para a Arábia, muito se enganam!

O início de 2023 fica marcado com uma decisão inesperada de um dos pilares da equipa – David Miranda, ou simplesmente Maxi – que decide abandonar a equipa universitária depois de 6 meses caóticos entre tese, trabalho, universitário e TFC. Pessoalmente, e jogando na mesma posição que ele, ensinou-me que acima da vontade que todos temos de jogar, está a vontade da equipa, o companheirismo, a amizade, o balneário e o querer ajudar a equipa. Jogando mais ou menos, estando no campo, no banco ou na bancada, sempre esteve lá, sempre ajudou no que pôde e no que não pôde. Seja no campo a pôr a cabeça onde muitos não metem o pé, a fazer aquelas arrancadas de cabeça em baixo ou a imprimir a sua raça rottweiler em todo e qualquer lance. No banco a ir buscar bolas que foram para fora ou simplesmente a fazer a malta rir. Na bancada a gritar pela malta, a beber uma cerveja, a editar posts para o Instagram ou à espera do fim do jogo para entregar o prémio MVP. Sempre esteve lá! E a sua marca ficará não só na equipa, mas em cada jogador! Obrigado, Maxi! E nunca te esqueças: tu jogas tanto à bola, seja onde for… E agora fod* esses gajos do Inatel! É tudo o que tenho sobre este mês.

Um abraço à família Les Bleus,

Pedro Ventura