noticias_bg

Arquivo

????“Contos do Salvado”???? #10

As pedras pelo caminho e os amigos que encontramos

Quando fomos a Paris, em 1995, era para ganhar, era para fazer melhor que o 3º lugar do ano anterior, era uma equipa em crescimento e que estava num ponto alto de maturidade. Mas, ao mesmo tempo, era um conjunto de pessoas que estavam a acabar o curso e que passariam a estar menos focadas no futebol, assim que o novo ano lectivo começasse.

Durante o ano de 1996, e pela primeira vez desde que havia memória, não tínhamos 11 candidatos dentro da equipa para a viagem ao Mercuriales de Jouy-en-Josas. Mas, se tínhamos ido à Holanda (Torneio Pendragon, em Tilburg) recrutando amigos do futsal e do andebol, não poderíamos falhar a presença em França.

A viagem teve um percalço: o autocarro da Rodoviária que reservámos para as 5 equipas que iriam fazer a viagem (futebol masculino, basquetebol masculino e feminino, voleibol masculino e feminino) avariou algures no País Basco, pelo que passámos 10 horas numa estação de serviço da autoestrada até que se conseguisse repará-lo.

O que ficou claro é que, não havendo sítio para onde ir, todos tiveram tempo para se conhecer, para conversar, para jogar ‘poker’ americano de cartas, para gerir alguma da impaciência que se gerou durante a espera.

Chegados ao HEC, estivemos sempre mais juntos a assistir aos jogos uns dos outros e chegámos mesmo a entrar em campo uns pelos outros (duas colegas do vólei feminino jogaram também pela equipa de basquetebol, entretanto treinada por três colegas que «se chegaram à frente» na ausência do treinador, eu joguei um jogo inteiro pela equipa de basquetebol, vários colegas «fizeram uma perninha» num dos jogos da equipa de andebol). Como estava na moda dos jogadores de andebol rapar o cabelo deixando algum tipo de desenho ou letras com o que não se cortasse, lá deixei o Amorim fazer-me o «escalpe» e desenhar uma Tour Eiffel, aproveitando eu depois para desenhar um «M» na nuca do Miguel Alves.

No futebol, não haviam guarda-redes (oficiais) na viagem, éramos só 9 de campo às ordens do Amorim (que ainda entrou para jogar uns minutos), mas recrutámos o Álvaro (do futsal) para a viagem e jogos, e lá nos ajustámos comigo à baliza. Mesmo sendo eliminados antes das meias-finais, tivemos um desempenho meritório que levou 5 de nós a serem seleccionados para uma «equipa ideal» que iria defrontar a equipa de veteranos do Paris St. Germain, onde jogavam um conjunto de jogadores que tinham jogado nas melhores equipas francesas dos anos 80 e, alguns deles, na selecção gaulesa.

Com uma equipa internacional (dividi a baliza com o guarda-redes sueco), ganhámos o jogo, com uma grande exibição do. Álvaro, e lá sofri um golo do lateral-esquerdo Jean-François Domergue – o tal que marcara 2 golos ao Manuel Bento na triste meia-final do Euro 84 – e que de livre directo (em jeito) e num remate ao ângulo, colocou tanto a bola que eu não a consegui «desviar com os olhos»… defendi um outro, lá mais para a frente (em força), que veio mais «à figura» e que me deixou «um sol vermelho» no peito, que mais parecia uma tatuagem, até ao dia seguinte.

Aliás, com a menor responsabilidade desportiva e o calendário abreviado, deu bem mais para os convívios noturnos, para conhecermos Versalhes, visitarmos Paris com outro vagar e ficou claro que, por uma vez, o prémio da viagem ganhou-se mais fora do campo do que dentro dele.

#sempretecnico

#contosdosalvado

#tecnicolisboa #tecnico #ist #engenharia #somostecnico #sideline #wearetecnico As pedras pelo caminho e os amigos que encontramos

Deixe um comentário