FC Alvaladense 2-5 TFC

“Football is at home”

Adeus Valença, Sobrado e Vila Cova. Olá Alvalade (de Lisboa)!
Depois de 2150 quilómetros “on Tour” era a nossa vez de regressar a casa.
Pela frente, o Futebol Clube Alvaladense, da “outra” Alvalade, a de Santiago do Cacém.

A Final oporia uma equipa que só tinha jogado em casa (FCA) a outra que só tinha jogado fora (TFC). Curiosamente, o sorteio da caminhada colocava o Futebol Clube Alvaladense como equipa visitada, tendo o Técnico Futebol Clube o estatuto de visitante.
Alguém teria que ceder!

O dia estava radiante, e as massas associativas aproveitavam para se matizarem uma à outra, como é apanágio deste tipo de festividades. Ambiente propício à descontração junto do bar de apoio, providenciado pela organização do Inatel.

Enquanto isso, César, Dani, Martinez e Matoso aproveitavam para ultimar os detalhes referentes ao onze que iniciaria a contenda.
A única surpresa seria também a única alteração no último onze que defrontara o Vila Cova. Com Tiago Marques a render Campa, em período de merecidas férias. O nosso Team Manager a colmatar a dupla ausência dos nossos guarda redes, pois também Dirkjan se encontrava M.I.A., fruto de ter de focar todas as suas atenções nos preparativos finais para dar o nó, no âmbito dos afamados Casamentos de Santo António.

Vivam os noivos! Que sejam muito felizes!

Palestra dada, aquecimento feito, hino nacional tocado, “Bergessio” sacado, grito dado (e filmado), e rola bola na 1ª de Maio Arena.

Arranque de jogo característico de uma Final, com os intervenientes de ambas as equipas a evidenciarem algum nervosismo.
Seria apenas durante o decorrer do décimo terceiro minuto que surgiria a primeira grande oportunidade de golo da partida. Guiomar a variar bem o flanco, abrindo bem na direita para Pinto, que assiste atrás em Anjo, para o mesmo concluir por cima com uma cacetada serrana! Estavam abertas as hostilidades…

E, com efeito, o TFC conseguiria, após esse lance, impôr o seu jogo de posse de forma mais consistente, mas a verdade é que a partida continuava bem amarrada. Mérito para ambas as equipas que se conseguiam anular simultaneamente.
Mas aos 20’ assistiríamos ao verdadeiro golpe de asa da Comissão Técnica do TFC. Com Pinto e Guiomar a trocarem de flanco.
O olho de falcão do nosso Martinez não vacilaria.

Três minutos após, Telmo baixa na ala direita para recolher um passe de Honrado. Apercebendo-se da falta de cobertura do miolo do FCA, adianta em condução com a sua canhota, ganhando a frente ao ponta Alvaladense. O espaço continuava lá, e Telmo não enjeitaria a possibilidade de flectir, da direita para o centro, e lançar longo na esquerda, entre o Ricardo e Bernardo, precisamente de onde surgiria a desmarcação perfeita de Miguel Pinto, que com um virtuoso e finíssimo domínio de canhota retiraria os três adversários do lance, finalizando logo após de trivela para uma baliza deserta. Momento sublime dos dois canhotos a desbloquear a Final.

O Técnico marcaria primeiro, e, estatisticamente, já se sabe qual o desfecho a que tal efeméride leva. Vitória!

E dois minutos depois, Anjo recupera o esférico no miolo, mete em Simão, que vislumbra nova investida de Pinto na ala esquerda. A bola seria colocada com mestria e Pinto tentaria a sua sorte de fora da área, surpreendendo o GR do Alvaladense, com uma execução do gabarito com que já habitou os adeptos, fazendo um chapéu com a bola beijar a malha lateral direita.

Ao silêncio expectante que revestiu o vôo do esférico, seguir-se-ia uma explosão extática e arrepiante na 1ª de Maio Arena! Foi como se toda a bancada, com o seu olhar, tivesse ajudado a colocar a bola fora do alcance das luvas do guarda-redes Alvaladense! Momento de beleza ímpar, proporcionado pelo Pichichi do ano passado.

Seguir-se-iam momentos de maior pressão do adversário para quem a rendição não era opção, e a tentativas diversas que lhe permitisse reentrar na partida. O TFC via-se agora obrigado a absorver, tentando controlar o jogo com bola.
Mas o Alvaladense começava a conquistar livres laterais, e é no minuto 31, na sequência de um livre apontado por Mendes, que aparece Honrado (sempre atento) a limpar já dentro da pequena área. A bola, ainda assim, haveria de sobrar para a entrada da área, sendo depois Guiomar que, heroicamente e sem que “o medo lhe assistisse”, coloca o seu precioso crânio na trajectória de um míssil que se preparava para fuzilar o ângulo superior direito da baliza de Tiago Marques. Acção de Guiomar potencialmente decisiva no desenrolar da partida, que lhe renderia até um beijo de Silva, na referida zona anatómica que promovera o fantástico bloqueio.

Ficou a ganhar!

Depois de uma boa entrada na segunda parte dos de Alvalade, surgiria o 3-0 numa resposta letal por parte do TFC. Livre de Telmo, batido para a zonal central, a forçar um corte a meias com Honrado. A bola sobra para a lateral direita onde apareceria Zédu a rematar de primeira em half volley. Simão, venenoso, à ponta de lança, no sítio certo à hora certa, aproveita a sobra para encostar e fazer o 3-0.

Estava feita a pomba! Ou talvez não…

Os dez minutos seguinte seriam algo incaracterísticos, com o FCA a tentar perceber qual a melhor forma de reentrar na discussão do resultado.
Mas aos 57’ haveria um excelente passe de Angélica, (central que fazia par com o Capitão Ricardo Santos) a rasgar todo o meio campo e linha defensiva do TFC, solicitando a entrada de Bernardo na área. Valeu o bloqueio importante de Coelho a manter a cleanie bem viva.

Aos 60’ nova ameaça, com Mendes a cruzar para Hilário conseguir cabecear ao segundo poste. Bola a passar muito perto da baliza do TFC.

Por esta altura já Faria e Madeira haviam sido lançados por César para os lugares de Anjo e Telmo. Pinto passava para o miolo, e Faria assumia o flanco esquerdo na expectativa de explorar potenciais fraquezas que adviessem da postura mais ofensiva do FCA.
Pouco depois Máriozinho entraria para o lugar de Guiomar. O público rejubilaria com a entrada em campo do nosso Capitão Mário “levanta taças” Dias.

A cerca de dez minutos do final, seria mais um livre lateral, batido por Mendes, a criar calafrios na grande área do Técnico. Desta vez, Tiago sai ligeiramente atrasado, e Hilário aproveita uma segunda bola para fazer o primeiro do FCA e reduzir a vantagem do TFC para 3-1.

O Alvaladense acreditava na reviravolta. E a extensa falange de apoio estava agora mais pujante do que nunca.

No entanto, o Técnico reagiu, e após baixar o ritmo de jogo, é num lance de ataque rápido que colocaria um ponto final na discussão da partida. Arrancada de Faria no flanco esquerdo, a ganhar a linha de fundo e a promover um cut back para Simão, que com um toque delicioso a fazer lembrar O Fenômeno, retira dois defensores da equação, e à saída do Keeper do FCA, desvia para o canto inferior direito, fazendo assim o 4-1!

Explosão de alegria na bancada visitada. Era nossa!!!

Já nos descontos, aos 81 minutos, e após um canto cobrado de forma curta, há um cruzamento ao segundo poste de onde aparece um cabeceamento em devolução que é interceptado por Honrado. O árbitro mal, assinala penalty considerando mão de Honrado. No entanto foi claro para todos que a bola embateu no joelho do nosso número 4.
Ricardo Santos não perdoaria na marca do castigo máximo e reduziria para 4-2.

Até final, algumas bolas bombeadas para a área do TFC num claro teste ao carácter e estoicismo desta nossa equipa. A defesa (feita de betão… betão, betão, betão) não vergaria por nada e teria tempo para lançar as bases do contra-ataque do qual resultaria no último golo da partida, com Pinto a lançar Simão para o hattrick.
Os dois homens do jogo a selarem o resultado final!

O TFC é Campeão Nacional de futebol de 11 do INATEL e a equipa proporcionou a todos um dia para nunca esquecer!

#sempretecnico