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Mais uma moedinha, mais uma voltinha

Então vamos lá a mais um ano de bola no pé e cerveja na mão! Acaba a época balnear, mas começa a época do balneário. E que saudades já tínhamos disto! Todos gostamos da pataleca à beira-mar, mas ninguém troca um sermão do Sr. António por um mergulho na costa algarvia.

Tal como em qualquer início de época, a falta dos que abandonaram o barco é substituída pela alegria dos que chegam. Mas ao contrário da Ucrânia, ninguém aqui é esquecido só por ter aparecido uma guerra nova, ou neste caso, um jogador novo. No banco a dupla vice-campeã nacional Castro/Lamuria decide sair dando lugar a uma nova equipa técnica – Zé Ferreira e João Andrade -, depois do sucesso internacional de Rabo-de-Peixe, a equipa vai na moda e contrata 2 açorianos! Diretamente de São Miguel, aterram em Lisboa de tática estudada e sotaque afiado. Numa fase mais madura das suas vidas, trocam as noites no Lux por táticas de luxo, o beijo triplo pela tripla de centrais e o Baile Funk pelo baile de tática. Se por um lado os misteres se queixam da dificuldade de comunicação com os 3 reforços noruegueses, o plantel só pensa na dificuldade de comunicação com os novos “trenadôôôresss”.

Dentro de campo 7 aquisições. Diretamente de Castelo Branco chega de luva afiada Manuel Morais. Por falar em moral, chega para o eixo defensivo Guilherme Jardim – desde o campo 5 ao Lust, varre qualquer coisinha que passe. Para o meio-campo chega Rodrigo Neves – como qualquer bom ex-aluno do Ventura, aprendeu facilmente a impossibilidade de sobriedade nesta equipa. Se os benfiquistas engolem em seco o Aursnes na lateral, o que os seus amigos dirão do Neves na extrema-esquerda? Ainda para o meio-campo, chega alguém tão desaparecido quanto os reféns do Hamaz: Henrique. Se o Isaltino se desculpa com os restaurantes em Oeiras, o Henrique desculpa-se com a equipa do Oeiras. Por fim, chegam as nossas 3 Norwegian Beasts! Apesar do Hjulmand ser dinamarquês, fica difícil não o comparar com o Håkon: mesma posição, mesma serenidade e mesma qualidade de pés. Com a força e a velocidade de Erling Haaland, chega o novo matador da equipa: Philip Fidjeland. Mais apaixonados que os sportinguistas pelo Gyokeres, só os engenheiros pelo Philip. Com a qualidade técnica e a pinta de Martin Ødegaard, chega o novo criativo da equipa: Daniel Setterdahl. Dentro de campo troca os adversários no 1vs1, fora de campo troca a equipa por dates de Erasmus.  

Mas falemos de bola! Como manda a tradição, início de campeonato rima com desaire. Primeira jornada, Instituto 3 – 3 ISCTE, bis de Philip e peitada de Teves. Por estranho que pareça quando o assunto é a educação, neste jogo ninguém se queixou da falta de professores, só da falta de eficácia. Respeitando a luta dos médicos que faltam às consultas, o técnico também falha os primeiros 60min e acaba a lamentar-se que talvez com mais horas extraordinárias tivesse dado para mudar o rumo dos acontecimentos. Parecia a guerra em Gaza – o Hamaz (ISCTE) começou com 3 de avanço, Israel (IST) contra-atacou com tudo, mas na realidade ainda está tudo muito empatado. Segunda jornada e boa reação ao desaire inicial.  Num jogo contra a faculdade de medicina, o encerramento das urgências apareceu com naturalidade. Se os médicos tendem a fechar especialidades, neste caso tiveram a especialidade de se fechar. Tal como no SNS, na primeira parte os médicos fecharam-se no hospital, mas na 2ª abriram para diminuir danos. Resumindo, um 2-0 ao intervalo acaba com um 2-1 para o Instituto, primeiro por Amado, depois por Jardim a finalizar com chave de ouro, ou neste caso, com trivela de ouro.

Mas falemos do que se passa fora das 4 linhas! Como já é tradição, os inícios de época hesitantes dentro de campo são balanceados com exibições de gala fora dele. Se o Schmidt cede à mudança de tática, o IST não vai em mudanças drásticas: mais uma aparição da tasca da bola! Se existe alguma coisa mais sólida que a nossa defesa, só mesmo as dívidas da barraca. Tal como no caso TAP, foi mais uma vez preciso alguma ginástica para apresentar contas positivas. Depois de 2 noites de muito álcool, body shots, soutiens, mullets, beijos na boca e mais uma ou duas coisas censuráveis aos olhos das nossas avós católicas, o Instituto mantém-se firme tanto no break even como no ato de discutir com a AE.

Se a malta mudou de opinião sobre o Roberto Martínez, há coisas que nunca mudam: o jantar de apresentação! Este jantar sempre especial na equipa, não serve só para apresentar os novos membros da família, mas para espalhar tradições: dos “Grandes companheiros”, ao “Ave Maria”, passando pelo “Miau”, tudo passou para a malta nova! A vítima do Miau foi o Jardim e dificilmente poderia ter sido melhor escolhido – fã do remate de 3 dedos, provou ser fã do vomito sem meter dedos. Jogo exímio fora das 4 linhas, ficarão para sempre as fotos de toda uma noite de total desatenção. Numa altura de crise na habitação, não se deu pelo preço do metro quadrado, mas sim pelo álcool por metro quadrado. Com cada um pior que o outro, deu para beber no Caravelas, para flirtar com os moranguitos e pelo que corre por aí (sem qualquer tipo de memória lúcida por parte dos intervenientes) para dançar no Lust. Se o governo cedeu na privatização da TAP, duvido que o Instituto se tenha privado de alguma coisa!

E é tudo destes meses inaugurais, a época está lançada! Até ao próximo mês!

Um abraço à família Les Bleus,

Pedro Ventura